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Por Murillo de Aragão
Publicado no O Tempo
Para onde vai o PMDB, em meio à crise política nacional e à operação Lava Jato? Será que vai ser afetado a ponto de se esfacelar? E justamente quando talvez possa, via impeachment, chegar ao poder? Enfim, por mais paradoxal que seja, o sucesso e o fracasso do partido hoje caminham juntos.
Desde a sua origem, o PMDB é uma legenda em que os caciques regionais possuem mais força que seu presidente nacional. Em suma, é um partido cindido pelos interesses estaduais. De Ulysses Guimarães a Michel Temer, o presidente do PMDB é quem consegue – mal ou bem – representar e equilibrar esse jogo de poder dos caciques peemedebistas. Temer está, no atual momento, no centro desse furacão.
É justamente porque os interesses locais de seus líderes acabam, invariavelmente, se impondo sobre o seu comando nacional que é tão difícil para o partido construir um projeto próprio de poder. A presidente Dilma Rousseff está explorando essa característica estrutural da legenda com sucesso.
Em abril, quando ela entregou a coordenação política do governo a seu vice, Michel Temer, o partido já estava dividido. Continuou como tal. Temer e Renan Calheiros, presidente do Senado, brigados entre si. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, brigando com Renan e Dilma.
Renan brigando com Temer, Dilma e Cunha. Um dramalhão.
De lá para cá, Dilma jogou para aprofundar as divisões. Mais recentemente, aprofundou o racha partidário ao cooptar diretamente deputados federais, escolher ministros sem aval dos três maiores líderes do partido e se imiscuir em sua briga interna.
Explorando os três polos de lideranças – Temer, Renan e Cunha –, que nunca se entendem ao mesmo tempo, Dilma vai cozinhando o partido em fogo brando e enfraquecendo-o no debate sobre o impeachment. É uma estratégia muito inteligente.
No entanto, existem outros riscos maiores para o futuro do partido, além da sua tradicional falta de unidade. Todas as lideranças estão sob suspeita ou estão sendo investigadas. A simples menção do chefe da Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot, de que suspeita de Michel Temer por conta de uma doação partidária feita pela empreiteira OAS, pode fulminar de morte o movimento pró-impeachment.
Em março, uma convenção nacional poderá definir o rompimento do partido com o governo. No entanto, com as notícias recentes da Lava Jato, muita coisa pode acontecer antes disso. Cunha e Renan já estão formalmente na investigação. Agora, surge a possibilidade de Temer ser investigado por conta da doação da OAS. Tanto a Lava Jato quanto Dilma estão dando um nó no partido.
É certo afirmar que a falta de unidade do PMDB e os riscos inerentes às investigações dificultam os projetos de poder da legenda e favorecem, no curtíssimo prazo, a presidente Dilma. Mas não apenas isso: toda a confusão traz uma enorme incerteza sobre o futuro imediato do partido. Afinal, quem sobreviverá ao tsunâmi da Lava Jato? Essa questão define o cenário do impeachment, do partido e de Dilma Rousseff.
Suponhamos que Temer passe incólume pelo recente noticiário. Nesse caso, o PMDB fica cindido em dois polos. Como a base do partido está preocupada com a vinculação ao governo Dilma e suas consequências para as eleições municipais, a tendência é que o rompimento seja configurado e que, ainda em fevereiro, um líder anti-Dilma seja escolhido na Câmara.
Por outro lado, se o noticiário sobre Temer se robustecer, ainda que não se deva “criminalizar” (a priori) doações partidárias, o rompimento pode perder força e o partido ficar indefinido em relação ao impeachment e ao governo. São muitas indefinições em tão curto tempo.