A perspectiva de crescimento em 2014 já está comprometida. O índice de Atividade Econômica do Banco Central apresentou expressiva queda, com comprovação de desaquecimento entre o segundo e o terceiro semestres do ano.
A esperança é de que o novo cálculo do PIB traga surpresas agradáveis, afetando apenas o resultado do quarto trimestre e englobando mais atividades.
Outro desafio é a alta dos preços ao consumidor, que continua evidente. Na composição do IGP-10 houve aumento de preços em seis dos oito grupos de bens pesquisados.
Além disso, espera-se o pior resultado em termos de superávit primário no final do ano. Mesmo com os descontos realizados, a meta é de R$ 73 bilhões. Até setembro, o esforço fiscal atingiu apenas R$ 27 bilhões.
Em resposta às críticas, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou que a política fiscal está sob "ataque especulativo". Mas os números oficiais divulgados na semana passada desmentem a declaração.
Para amenizar, os resultados fiscais dos últimos três meses do ano não são ruins, mas dificilmente serão suficientes para atingir a meta.
Outro evento contribui ainda mais para manchar a imagem do time. A revista época deste fim de semana traz detalhada reportagem com denúncias de corrupção que atingem, em cheio, o gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Tanto a situação fiscal do país quanto a percepção que a equipe econômica causa no mercado indicam que apenas com o resgate da credibilidade do Poder Executivo, como bem disse o ex-ministro Delfim Netto ("A própria Dilma tem de vir a público dizem com clareza, e sem intermediários, que o governo fará a política fiscal adequada"), poderemos ter um ambiente econômico mais saudável em 2014.
No entanto, parece que a vontade para fazer mudanças não é suficiente. Por outro lado, quando Delfim diz que só o resgate da credibilidade salva, sinaliza que mudanças podem ocorrer.
O certo é que a equipe econômica, mais uma vez, começa a semana no corner.