Numa semana decisiva para o governo, com a votação do ajuste fiscal na Câmara, a presidente Dilma Rousseff é alvo de um editorial ácido do jornal britânico Financial Times. Nesta terça (5), a publicação diz que a petista enfrenta um “teste duro” com a “pior recessão em 25 anos” e aponta três razões para a “melancolia” do país, “após anos de crescimento rápido e crédito fácil”. Dois são externos: a desaceleração chinesa, que afetou os preços de commodities, e a previsão de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, que pode retirar liquidez internacional do país. O terceiro fator resultaria de políticas de Dilma em seu primeiro governo, que o jornal chama de equivocadas. “Acima de tudo, (o Brasil) está pagando o preço da aposta errada de Dilma, durante seu primeiro mandato, no chamado ‘desenvolvimentismo'”, diz o jornal.
Além das crise econômica, o periódico cita o escândalo na Petrobras, que acredita ser “o maior da história nacional”, com perdas estimadas em R$ 6,2 bilhões devido à corrupção. Os dois temas, diz o jornal, corroeram a popularidade da presidente, que está “isolada”. “O mais impressionante é como Dilma permitiu que o poder escoasse por suas mãos. Cada reviravolta no escândalo da Petrobras tem visto aliados do governo na coalizão corroerem o poder do Executivo”.
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