Se pudesse escolher, Dilma não ia querer Marina como oponente no segundo turno. A estratégia estava montada em cima de uma disputa com Aécio. Aécio queria centrar no campo econômico uma disputa que estava fria e desinteressante e sem crise econômica visível o suficiente para justificar maior interesse no tema. Poucos lembram que Aécio, como candidato de oposição, estava em pior posição do que os demais em 2002, 2005 e 2010 contra Lula e Dilma. Mesmo assim, não foram poucos no mercado que chegaram a afirmar que suas chances eram de 60%.
A entrada em cena de Marina bagunçou o correto. E revela que candidatos não trabalham com cenários alternativos. Dilma e Aécio não estavam preparados para o inesperado. Quando, em uma campanha, todos os cenários devem ser previstos. Inclusive aqueles que avaliam a morte de um ou outro candidato. Substitutos e discursos devem ser considerados a priori. Por mais que não pareça, fora das propagandas eleitorais, nossas campanhas ainda são muito primitivas. Salvo o brilho dos anúncios, dependem muito mais do talento individual do que da estratégia coletiva. Mais ou menos com o futebol brasileiro na Copa.