No mercado, há quem duvide da capacidade do governo de cumprir a meta de superávit primário definida pela equipe econômica (1,2% do PIB). A dúvida se deve à recessão que o país enfrentará este ano e às mudanças que os parlamentares farão nas medidas de ajuste, que devem reduzir a economia inicialmente planejada pelo governo
Parte do ajuste depende de aprovação do Congresso (Medidas Provisórias que alteraram benefícios trabalhistas e projeto de lei que muda a desoneração da folha de pagamento). Estima-se que as mudanças nas MPs devem reduzir em 30% a economia de R$ 18 bilhões que o governo esperava te.
Caso o Executivo tenha de propor medidas adicionais para aumentar receitas por meio de aumento de tributo, o Congresso não está disposto a contribuir. Uma importante liderança do PMDB afirmou em evento organizado pela Arko Advice que não há espaço no Parlamento para aumento de tributo.
Se for necessário, o governo terá que recorrer a impostos que não precisam passar pelo Legislativo, como Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
De qualquer forma, isso não tem impedido que alternativas sejam discutidas por alguns parlamentares. O deputado Glauber (PSB-RJ) solicitou um estudo à Consultoria Legislativa da Câmara sobre Alternativas para o ajuste fiscal sem restrição de direitos trabalhistas.
Uma das alternativas discutidas é o Imposto sobre Grandes Fortunas. De acordo com o estudo, poderia gerar uma receita entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões.