Nesta segunda-feira, o PSB da chapa de Marina Silva vai eleger em Brasília seu novo presidente. Desde a morte de seu ex-presidente Eduardo Campos, Roberto Amaral ocupava o posto de forma interina.
Amaral tentou antecipar as eleições da nova direção do partido para antes do primeiro turno das eleições presidenciais. A iniciativa foi considerada uma manobra para ele se manter no controle do partido. Em que pese sua tradicional militância e papel histórico – era muito próximo a Miguel Arraes –, Amaral nunca foi um líder político nem gozava da simpatia de seus integrantes, a começar pelo ex-governador pernambucano.
A família de Eduardo Campos e outras lideranças do partido conseguiram adiar a iniciativa para o dia 13 de outubro, como forma de dar tempo para uma composição com as demais forças políticas do partido. Chegaram a um consenso de que o nome ideal para assumir a presidência do PSB é o primeiro-secretário Carlos Siqueira.
Siqueira sempre foi um discreto articular e talvez o nome mais próximo ao líder falecido. Deixou a campanha presidencial por discordar da forma de condução das alianças aditada por Marina.
Com Carlos Siqueira na presidência, a família de Eduardo Campos continuará sendo essencial no comando da sigla. Outra consequência será a maior aproximação com Aécio Neves, caso ele seja eleito presidente da República. Mas Siqueira não descartaria uma negociação com Dilma em um eventual segundo mandato. Tudo dependeria da família Campos e de líderes do partido, como Beto Albuquerque e Rodrigo Rollemberg, entre alguns outros.
Outro detalhe relevante. A chapa de Carlos Siqueira alijou Roberto Amaral e Luiza Erundina do comando do partido. Ambos demonstraram muita resistência no apoio do partido a Aécio Neves. A chapa tem Paulo Câmara e Fernando Bezerra, governador e senador eleitos por Pernambuco.
O novo comando do PSB, além de se mostrar mais amigável a Aécio Neves, deve se afastar de Marina Silva, que já anunciou que irá buscar as assinaturas necessárias para criar o seu tão sonhado REDE. Nessas eleições, o PSB aumentou seu tamanho na Câmara dos Deputados de 24 para 34 deputados federais. No Senado, será a quarta maior bancada.