Após deixar o governo de Pernambuco (PE) na quinta-feira passada (03), Eduardo Campos (PSB) prepara a mudança de sua residência para São Paulo (SP). Depois de ter montado seu escritório político em SP, sua transferência para o maior colégio eleitoral do país mostra a importância que a Região Sudeste possui na eleição presidencial.
Vale recordar que em recente entrevista concedida ao “Estadão” (06/03), o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, declarou que esse “Triângulo das Bermudas” – numa referência a São Paulo (SP), Minas Gerais (MG) e Rio de Janeiro (RJ) –, “vai decidir a eleição presidencial”. Ou seja, no diagnóstico traçado pelo partido, é fundamental ter um bom desempenho nos três maiores colégios eleitorais do país, fato que justifica a decisão de Eduardo de se transferir para SP.
No cenário atual, Eduardo Campos (PSB) possui palanques menos competitivos que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em SP, MG e RJ. Em SP, quem dará o palanque para Eduardo é o deputado federal Márcio França (PSB). Em MG, o destino do PSB ainda não está definido. Os socialistas poderão apoiar Pimenta da Veiga (PSDB) ou então apostar no lançamento da candidatura de Apolo Heringer, que é uma liderança da Rede Sustentabilidade e migrou para o PSB juntamente com a ex-senadora Marina Silva. No RJ, o PSB caminha para fechar uma aliança com Miro Teixeira (PROS).
Dilma Rousseff, por sua vez, terá em SP o palanque de Alexandre Padilha (PT) e poderá ainda contar com os palanques de Paulo Skaf (PMDB) e Gilberto Kassab (PSD). Em MG, o palanque de Dilma será representado por Fernando Pimentel (PT). E, no RJ, a presidente terá o palanque de Lindbergh Farias (PT). No entanto, Dilma também poderá contar com os palanques de Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Também não está descartada a hipótese, embora remota, de um acerto com Luís Fernando Pezão (PMDB).
Já Aécio Neves terá à sua disposição o palanque de Geraldo Alckmin (PSDB) em SP. Em MG, sua base eleitoral, o palanque será o de Pimenta da Veiga (PSDB). No RJ, Aécio ainda está sem palanque. Lá, os tucanos podem fechar aliança com o PMDB, de Luís Fernando Pezão, com Cesar Maia (DEM) ou então apostar numa candidatura própria.
O Sudeste é estratégico para a decisão da sucessão presidencial, principalmente porque nessa região está localizado um voto mais crítico em relação ao governo Dilma Rousseff. Vale registrar que SP (22,26%), MG (10,59%) e RJ (8,47%) somam juntos 41,32% do eleitorado nacional.
Quem hoje possui os palanques mais competitivos no Sudeste é Dilma Rousseff. Aécio Neves também tem palanques fortes, sobretudo em SP e MG, redutos tucanos desde meados dos anos 90. Embora Eduardo Campos tenha palanques mais fracos nos três maiores colégios eleitorais, ele contará com o fator Marina Silva a seu favor.
é importante registrar que, no primeiro turno da eleição presidencial de 2010, Dilma venceu a disputa em MG e no RJ. Em SP, a vitória foi de José Serra (PSDB). Naquela eleição, Marina ficou em segundo lugar no RJ e superou os 20% dos votos em SP e MG (ver tabela abaixo).
Candidatos
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SP
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MG
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RJ
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Dilma Rousseff (PT)
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37,31%
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46,98%
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43,76%
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José Serra (PSDB)
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40,66%
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30,76%
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22,53%
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Marina Silva (PV)
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20,77%
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21,25%
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31,52%
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*Fonte: TSE