O prefeito do município de Chacao (região de Caracas), Emilio Graterón, adversário do governo de Hugo Chávez, denunciou a invasão, no sábado, de terrenos em sua jurisdição e culpou a situação de promover estes atos, depois que o presidente firmou uma lei para recuperar terrenos urbanos subutilizados.
"é absolutamente claro que isto obedece a uma ordem política. Ocorreu com um grupo que coordenou todas estas ações e teve início a uma hora precisa em terrenos precisos. Isto responde claramente a um discurso dirigido por pessoas que pertencem ao partido de governo", disse Graterón durante entrevista coletiva, na qual denunciou a invasão de 20 terrenos de sua jurisdição na madrugada de sábado.
"Todos os atos realizados na madrugada são ilegais e contravém o sistema legal venezuelano, inclusive aquele assinado pelo presidente no dia de ontem (sexta-feira)", continuou o prefeito, referindo-se à lei de emergência para terrenos urbanos e moradia, recém-criada por Chávez. Segundo o presidente venezuelano, a nova lei, que ainda não foi promulgada pelo Supremo Tribunal de Justiça, permitirá o "resgate" de terras urbanas ociosas para a construção de casas.
Mais cedo, Graterón declarou, através do microblog Twitter, que foram realizadas "invasões maciças" em 20 terrenos de seu município, "desde as 4h00 da madrugada" locais. Depois esclareceu que 18 das situações foram resolvidas com a mediação da polícia local e só duas ocupações ilegais continuam ativas. Segundo Graterón, 11 pessoas permanecem detidas pela invasão, que também deixaram dois policiais feridos.
Nos últimos dias, Chávez tem dito aos cidadãos que carecem de moradia e especialmente aos 130 mil desabrigados pelas chuvas que procurem terrenos disponíveis em áreas urbanas para serem expropriados pelo governo e posteriormente utilizados para a construção de casas.
Fonte: AFP