Empresas brasileiras exportadoras de carne suína decidiram suspender temporariamente os embarques para a Argentina. Elas temem atraso na liberação dos produtos por conta da decisão do país vizinho de adotar licenças não automáticas para qualquer produto importado a partir de 1º de fevereiro. De acordo com Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o objetivo da suspensão é evitar que cargas de carne suína fiquem paralisadas na fronteira, caso haja atraso na liberação do produto pelo fisco argentino após o fim das licenças automáticas. "Ninguém sabe o que vai acontecer", afirmou.
Os próprios importadores argentinos orientaram os brasileiros a suspender os embarques. Com a adoção de licenças não automáticas de importação, a Argentina tem até 15 dias para autorizar a entrada do produto no país, segundo Camargo Neto. A Argentina comprou 42.032 toneladas de carne suína do Brasil no ano passado, ou 8,14% do total de 516.419 toneladas embarcadas pelos exportadores nacionais. Em receita, as vendas à Argentina atingiram US$ 129,383 milhões, ou 9,02% da soma de US$ 1,434 bilhão. O país foi o quarto maior cliente do Brasil em 2011. O primeiro foi Hong Kong, seguido por Rússia e Ucrânia. (Valor Econômico)