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URUGUAI: Militares expressam ”inquietude” com anulação de lei

Comandantes militares do Uruguai expressaram preocupação ao presidente José Mujica por conta da aprovação, no Senado, da anulação da Lei da Caducidade, que em 1986 deu impunidades aos oficiais que cometeram violação aos direitos humanos durante a ditadura no país (1973-1985).

O chefe do Estado-Maior da Defesa do Uruguai, José Bonilla, o comandante do Exército, Jorge Rosales, da Marinha, Alberto Caramés, e da Força Aérea, Washington Martínez, junto ao ministro da Defesa, Luis Rosadilla, tiveram uma reunião de mais de duas horas com Mujica na residência presidencial.

O mandatário confirmou para o jornal uruguaio La República que os comandantes lhe transmitiram sua "inquietude" com relação ao projeto recentemente aprovado e acrescentou que ele se limitou a escutar seus posicionamentos.

Aprovada após a retomada da democracia no Uruguai, a Lei da Caducidade — também conhecida como Lei da Impunidade — anistiou militares e policiais, salvo poucas exceções, como o ex- ditador Gregório Alvarez (1981-1985).

A lei foi ratificada pela população uruguaia em dois plebiscitos, realizados em 1989 e 2009, respectivamente. Ambas votações, no entanto, foram realizadas em ocasiões bastante discutidas no Uruguai, já que os votos nulos foram considerados a favor da vigência da lei.

Acredita-se que a norma será anulada pelo Congresso uruguaio no dia 4 de maio, quando será submetida à votação pelos deputados. Mujica descartou vetar o projeto, já que ele se opõe à vigência da lei.

ANSA