Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies.
We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.
The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ...
Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.
No cookies to display.
Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.
No cookies to display.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
No cookies to display.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
No cookies to display.
Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.
No cookies to display.
Movimentação de idosos no posto da 612 Sul para Vacinação contra Influenza
Entre 1918 e 1919, a gripe espanhola, que, apesar do nome, era originária dos Estados Unidos, matou mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil morreram cerca de 35 000, inclusive o presidente eleito, Rodrigues Alves. Talvez tenha morrido mais gente. Não sabemos, dada a precariedade dos registros na época.
A distância entre os grandes centros nos poupou de uma contaminação maior. Mesmo assim, os relatos da disseminação da epidemia no Rio de Janeiro são horripilantes. Desde então, o Brasil nunca foi exposto a nada tão assustador. As epidemias de Sars e do ebola não chegaram por aqui com intensidade relevante. No entanto, a questão do coronavírus pode ser mais complexa.
A gravidade decorre de quatro fatores. O primeiro refere-se à facilidade do contágio, que pode se dar por meio de tosse, espirro e aperto de mão — e que pode ser potencializado pelo uso de transportes públicos. O segundo está relacionado à associação da transmissão do vírus com hábitos alimentares e de higiene, o que implicará mudança de costumes. O terceiro tem a ver com a escala do problema em termos populacionais em face do país de origem. O quarto refere-se à relevância da China e ao seu impacto nas relações globais.
A conjunção de tais elementos deve ser examinada a partir de algumas perspectivas. O quadro de percepções, no curto prazo, será de muita inquietação, até que se descubra uma vacina e ela seja produzida em escala para milhões. A rigor, nas próximas semanas, o cenário de boas notícias parece ralo. Caso tenha havido omissão na divulgação dos mortos e infectados, a incerteza aumenta com a crise de credibilidade das autoridades.
“No curtíssimo prazo, o Carnaval deste ano pode ser afetado pelo medo do contágio”
No campo econômico, as repercussões serão imensas no curto prazo. Turismo e comércio internacionais serão afetados intensamente. O mercado de commodities sofrerá um desaquecimento por causa da redução da atividade econômica na China. A aversão ao risco levará o investidor a se encolher e esperar o cenário clarear. O ano começa com o freio de mão puxado.
A médio prazo, considerando-se a família do novo vírus, é possível que uma solução seja encontrada e que a epidemia fique razoavelmente controlada a partir de protocolos de procedimentos, medicamentos e mesmo vacinas. Mas, até lá, será necessário que haja uma mudança cultural relevante para enfrentar o desafio de uma contaminação generalizada. E ainda boas estratégias de comunicação para informar, esclarecer e educar, a fim de enfrentar a ameaça de uma epidemia.
Afetadas por um cisne negro que surge do nada, as boas perspectivas econômicas do Brasil para 2020 ainda não foram comprometidas. No entanto, mesmo que o impacto epidemiológico seja periférico, as boas expectativas vão ser parcialmente atingidas pelo desaquecimento econômico na China e pela redução do turismo e comércio globais. No curtíssimo prazo, o Carnaval deste ano — que poderia marcar uma robusta recuperação econômica — pode ser afetado pelo medo do contágio. Os poderes públicos devem agir não apenas no âmbito da saúde pública, mas também mantendo a agenda de reformas em andamento e intervindo para evitar que a nossa retomada econômica seja definitivamente comprometida.