As imposições do Planalto na pauta do Congresso e as reações contra o que nos bastidores apelidou-se de "trator governista" têm deixado à mostra as feridas abertas entre o governo e o PT. Se por um lado os petistas tiveram de atropelar o próprio discurso e calar-se diante de decisões como a privatização de aeroportos brasileiros, por outro, a cúpula palaciana diz que tem tido de negociar com a legenda como faz com aliados interessados em espaço político e cargos. Não é pequena a lista de divergências entre o governo e seu partido. Um dos principais embates já ensaiados é em torno da proposta da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salários. O presidente do partido, Rui Falcão, eleito contra a vontade da presidente Dilma Rousseff, já anunciou que é o maior defensor da mudança e que ela faz parte de uma das prioridades da legenda no Congresso. O Planalto, por outro lado, não concorda com o teor da matéria e quer adiar a votação no plenário da Câmara. O fim do fator previdenciário também é uma bandeira petista que contraria a vontade do governo. Integrantes da legenda no Congresso já fazem campanha há meses pela derrubada do veto presidencial à proposta. (Estado de Minas)