Lula não quer ter oposição
24 de novembro de 2006
Romaria a Minas
25 de novembro de 2006
Exibir tudo

TLCs ameaçam exportações brasileiras

Segundo estudo divulgado, ontem, no Jornal Valor Econômico, as exportações brasileiras para a América do Sul cresceram mais que as exportações norte-americanas para os países da América do Sul.


 


O dados revelaram que as exportações somaram U$ 21,171,500.00. As exportações dos EUA somaram U$ 27,277,400.00. Por mais que as exportações americanas ainda sejam maiores que as brasileiras, o crescimento brasileiro de 2005 para 2004, foi de 35,18% e de 2005 para 2002, foi de 183,44%. O crescimento americano foi bem inferior. No primeiro caso foi de 26,80%, já no segundo de 65,42%.


 


O que tem despertado atenção é que mesmo com o volume superior das exportações dos EUA, as exportações brasileiras têm apresentado um ganho significativo. A cada ano a diferença tem se reduzido. Por exemplo, mesmo levando-se em conta o TLC entre EUA e Chile que aumentou o Comércio deste país com os norte-americanos, o crescimento brasileiro no ano passado foi próximo, 43% para os americanos e 42% para os brasileiros.


 


Porém, apesar desse desempenho, fica no ar uma questão. As assinaturas dos TLCs que os EUA projetam sobre a América do Sul afetariam diretamente o Brasil. No momento em que se concretizarem os Acordos com Colômbia e Peru e os demais tratados com os países do subcontinente saírem do papel, como o caso Equatoriano e Uruguaio, o Brasil precisará de uma saída para fazer frente às relações comerciais entre os EUA e estes países. Com certeza perderá espaços, o que refletirá automaticamente nas exportações.


 


Em 2002, quando o TLC Chile-EUA foi firmado, as vendas para o Chile aumentaram 4%, no ano seguinte 33% e, em 2005, 43%. Ou seja, o crescimento foi de, aproximadamente, 1400%, graças ao acordo.


O Brasil tem aumentado suas exportações, mas não se vislumbrou ações que vão além das questões comerciais. É necessário que o país pense também nas ações políticas que podem garantir um campo propício para que as exportações não sejam prejudicadas pela estratégia dos EUA.


 


O próprio diretor do departamento de Comércio Exterior da FIESP, Roberto Giannetti, afirma que não está seguro com relação ao futuro. Como assinala, com os acordos e a desvalorização do dólar, quem exporta a partir dos EUA ficou mais competitivo.


 


Percebe-se, que há uma série de questões que depende exclusivamente de uma agenda de política externa, com a criação de mecanismos que beneficiem às exportações brasileiras. Um bom exemplo é o Convênio de Crédito Recíproco que o país tem com a Argentina, o qual cria vantagem ao exportador brasileiro, pois faz, via Bancos Centrais, compensações às transações realizadas em dólar. Outras questões dependem de uma boa análise de negócios internacionais na região e de avaliação da conjuntura política internacional.


 


No caso, devem ser definidas regiões prioritárias com análise dos mercados, seus potenciais crescimento, os dos produtos que podem ser exportados, bem como os o concorrentes imediatos, como os chineses. Além disso, é necessário que o governo pense uma política de investimentos e não apenas na questão da exportação.