O movimento Vem Pra Rua, um dos líderes da megamanifestação nacional do dia 15 de março passado, já adotou sua palavra de ordem para o próximo dia 12: Fora Dilma. Os organizadores acham que o evento repetirá o sucesso do anterior – quando mais de 2 milhões de pessoas foram às ruas em todo o país para protestar contra o governo – e em um número maior de cidades.
Diante de demonstrações da força mobilizadora das diferentes correntes que estão convocando a população via internet para o dia 12, o governo teme o cruzamento dos dois fatos políticos mais expressivos do momento: as ruas cheias, com protestos contra o governo, e a forte queda na popularidade da presidente. Segundo o Ibope, apenas 13% dos eleitores se mantêm ao lado de Dilma.
Se esse cenário se mantiver, a tentativa de reação do governo por meio de uma agenda positiva encontrará mais obstáculos ainda. Para evitar surpresas, o Planalto está monitorando as redes sociais a fim de avaliar a dimensão do ato, tendo o assunto sido discutido na reunião de Coordenação Política do governo.
O lançamento de novos programas com apelo entre a população de baixa renda esbarra nas restrições do ajuste fiscal, e a hipótese de diálogo com a oposição não conta com a simpatia do PT.
Uma ação que governo e PT podem desenvolver é aquela sugerida pelo ex-presidente Lula: chamar os movimentos sociais para também irem às ruas defender a presidente. Quando isso acontece, porém, há sempre forte crítica a medidas da política econômica, como o próprio ajuste. No dia 7 de abril, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, fará nova mobilização, nos moldes da realizada no último dia 13.