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Tempos de medidas exageradas, por Murillo de Aragão

Começou a temporada de escândalos do PSDB. O mensalão mineiro, que em verdade deveria ter outro nome, pois não incluiu “mensalidades” para deputados, entra na reta final com o exagero habitual. O Ministério Público (MP) pediu 22 anos de cadeia para o deputado Eduardo Azeredo, um dos envolvidos no episódio. Azeredo pode ter cometido crimes eleitorais, mas nada justifica um pedido de pena de 22 anos.
Assim como houve exageros e desequilíbrios nas condenações do mensalão do PT, parece que o mesmo caminho vai ser trilhado no drama tucano. Considerando o peso das penas pedidas em ambos os casos, o novíssimo escândalo Siemens-Alstom – que pode ultrapassar a casa de centenas de milhões de reais – deve resultar em penas máximas.
Com essa tendência, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, também deverá ser condenada daqui a alguns anos a penas pesadas, pelo descalabro do sistema presidiário em seu estado. Basta o MP pesar a mão nas investigações que vêm por aí.
Vivemos tempos de medidas exageradas. Culpa de nossas lideranças políticas. Nenhum dos crimes que causam tamanhos despropósitos jurídicos foi inventado. O tempo em que os crimes simplesmente eram empurrados com a barriga e nunca apurados gerou um tempo de excessos e radicalismos.
Parece que o pêndulo do tempo opera apenas nas extremidades. Não é o ideal, a virtude está no meio. Porém, vai ser assim durante certo período. Num mundo em que ainda se mata por religião, estamos na infância da civilização. E o Brasil ainda não passou do jardim de infância.