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Tempestade perfeita, por Murillo de Aragão

As tempestades armam-se por vários fatores. No âmbito meteorológico, elas ocorrem em regiões em que a pressão atmosférica e a temperatura são significativamente mais elevadas do que nas cercanias do fenômeno. Basicamente, é assim que as tempestades se formam nos oceanos e se transformam em ciclones, furacões e tornados. No ambiente político de uma nação, não se podem precisar todos os detalhes que contribuem para a formação de uma tempestade.
 
As manifestações de rua em junho deste ano foram resultado de uma combinação de vários fatores: a decisão do governo federal de adiar os aumentos das tarifas de ônibus para não pressionar a inflação; a forma como a polícia de São Paulo lidou com os protestos; o tratamento inicial da mídia, o ambiente de insatisfação política e econômica nas franjas mais abastadas da classe média; entre outros fatores.
 
Ao entrarmos no penúltimo mês do ano, temos uma economia que anda de lado e que teve, no último trimestre, um desempenho pífio. O governo não consegue decolar com as obras de infraestrutura e, para piorar, a equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é afetada por denúncias de corrupção.
 
As expectativas fiscais para o final do ano são ruins e espera-se que o governo aumente a taxa de juros e os preços de alguns produtos controlados, como combustível e energia. A credibilidade do país entre o empresariado é baixa e o mercado anda de mau humor.
 
No âmbito econômico, existe a percepção de deterioração das políticas fiscais e da perda de credibilidade da equipe econômica. A resultante desse ambiente é a possibilidade de o Brasil ser rebaixado nas avaliações das agências de rating. Ainda que o país deva conservar o desejado Investment Grade, o rebaixamento será um fator adicional na piora das expectativas.
 
Duas outras incógnitas no campo econômico merecem considerações. Uma se refere à retirada dos estímulos monetários nos EUA, o que terá efeito adicional imediato no câmbio do Brasil. Um aumento na taxa de juros norte-americana, aliado à perda de credibilidade econômica e fiscal do Brasil, pode ter duas consequências perversas: o aumento do câmbio e algum repique inflacionário.
 
Outro tema no campo econômico refere-se ao comportamento da China no ano que vem. No mercado, espera-se que o país cresça menos em 2014 do que em 2013. Este ano a previsão é de crescimento de 7,5% do PIB, contra uma expectativa de 7% no ano que vem. O desaquecimento da China pode parecer pouco frente aos números esperados, mas deve ser o menor crescimento em mais de uma década.
 
No campo social, as manifestações continuam no radar e tendem a ganhar volume com a proximidade da Copa do Mundo. Terão maior ou menor relevância por conta do ambiente econômico ou por conta de algum outro fator inesperado.
 
No campo político, o governo deve abrir o ano com uma reforma ministerial que pode reforçar ou diminuir o seu próprio poder político. Considerando o padrão de escolha de nomes e a qualidade do relacionamento entre os aliados, a chance de haver problemas é grande.
 
é improvável que só aconteçam coisas ruins para o governo em 2014. Porém, os temas mencionados armam um cenário complexo para a corrida eleitoral. O governo, por conta de sua incompetência de fazer realizações no âmbito das obras públicas; pela inabilidade em lidar com as expectativas do mercado e do empresariado; e, ainda, pela incapacidade de manter seus aliados satisfeitos; se colocou no corner.
O Fim do Poder por Moises Naim
19 de novembro de 2013
Prioridades do setor sindical, por Murillo de Aragão
21 de novembro de 2013