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Sucessão: Lula provoca PT e PMDB


Concluído o processo eleitoral, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), mudou o tom em relação ao presidente Lula. Seu discurso tem sido mais áspero, a ponto de ter afirmado que pelo que tem dito, Lula não o chamaria para conversar.


 


Mesmo com o endurecimento do discurso, Aécio tenta ser o interlocutor dos governadores junto ao Palácio do Planalto. Também articula com os governadores a entrega de uma pauta de reivindicações ao futuro Congresso Nacional.


 


Articulando com os governadores, Aécio expande sua área de influência e consegue um belo motivo para articular uma aliança a seu favor. Leva vantagem pelo fato de ser governador reeleito e conhecer muito dos seus pares.


 


A fim de cortar o mal pela raiz, os governadores petistas Jaques Wagner (Bahia) e Marcelo Deda (Sergipe) trataram de organizar um encontro do presidente Lula com os governadores eleitos. O evento não foi lá grande coisas.  


 


No entanto, o movimento de Wagner e Deda foi uma reação  na linha do que Lula espera do PT. De acordo com o Folha de São Paulo deste domingo, Lula estaria indagando a petista e peemedebistas o seguinte: “Vocês vão ficar parados esperando que o Serra e o Aécio decidam qual dos dois será presidente em 2010?.” 


 


O fato é que Lula sabe que não existe um candidato competitivo em sua base. O único que Lula considerava presidenciável é Ciro Gomes que, de quando em quando, se atrapalha com suas declarações polêmicas e parece incapaz de costurar uma aliança em torno de seu nome.   


 


Ao provocar o PT, Lula quer que nomes como Deda, Wagner, Marta Suplicy se movimentem e tentem ganhar espaços não apenas no partido. Ao provocar o PMDB, Lula sinaliza que o partido pode ter um candidato governista em 2010. Quem sabe o próprio Aécio por quem Lula nutre admiração.


 


O fato é que a corrida sucessória de 2010 já está ocorrendo a pleno vapor. No momento, as articulações ocorrem no PT, no PSDB e no PMDB envolvendo, ainda, os governadores.


 


Lula sabe que, nas atuais circunstâncias, ele é o grande eleitor do futuro presidente. Desde que não perca o controle da economia e continue a corresponder na área social.