Fomos favorecidos pela má qualidade dos atacantes de Gana e pela ingenuidade da linha burra da defesa do adversário. O técnico de Gana apostou que poderia parar o Brasil forçando o impedimento. Não funciona contra atacantes habilidosos e meio-campistas precisos em lançamentos.
Marcamos três vezes em erros grotescos de marcação do adversário. Porém, merecemos amplamente a vitória: fomos efetivos nos momentos críticos. Gana, apesar do volume de jogo, não tem pontaria, chuta e cruza mal, é um time afobado e sem qualidade na defesa e no ataque.
Os atacantes de Gana são ruins de doer. Custa a crer que joguem em times da Europa.
Em Copa do Mundo, o que importa, afinal, é a vitória. Em segundo lugar, a qualidade de alguns dos nossos em momentos críticos. O gol de Ronaldo logo no início do jogo foi muito importante. Foi a primeira vez neste mundial que isso aconteceu.
Mais uma vez Dida salvou a pátria quando estava 1 a 0: defendeu uma cabeçada com os pés. Depois limitou-se a defender chutinhos mais ou menos de atacantes perebas. Zé Roberto, além do gol, foi muito bem no meio-campo. Juan e Lúcio também foram muito bem.
Quase sempre Gana teve que chutar de média distância. Kaká foi fundamental para o primeiro gol que terminou definindo o panorama da partida. Ronaldo mostrou a sua estrela e que, em forma, é um jogador extraordinário.
Em tempo: em nenhum dos meus comentários aqui no blog critiquei Ronaldo a ponto de merecer pedir desculpas, como sugerido por um desatento leitor.
Meu único comentário sobre ele ante da partida contra o Japão, foi no jogo contra a Croácia, onde afirmei que ele estava fora de forma. Mais magro e mais ágil, Ronaldo está mostrando sua capacidade.
O lado ruim do jogo foi o de ver que o Brasil continua tocando a bola com lentidão e dando muito espaço para o adversário. A nossa saída de bola não está funcionando. Não temos uma solução clara para o problema. Não estamos fazendo triangulações que permitam jogadas de linha de fundo.
Kaká e Ronaldinho Gaúcho jogam sozinhos e estão tendo dificuldades para se livrar da marcação. Mas, vencemos. E, como disse um argentino, o Brasil é mais perigoso quando parece que não vai ganhar. Foi o que aconteceu.
Contra a França ou a Espanha vamos ter mais espaços para trabalhar. Por outro lado, nossa defesa será testada com maior intensidade. É um jogo para Robinho e Gilberto Silva saírem jogando visando dar maior velocidade ao toque de bola de nosso time.