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O Tempo – 02/09/15
O governo vive um surto de delírio político e parece não ter noção dos riscos que corre. Não se trata apenas do impeachment, que, no fim das contas, poderá ser consequência do delírio. Os problemas são a completa descoordenação de iniciativas, de visões deficientes e da precária coordenação política. A natimorta CPMF é um bom exemplo desses desencontros.
A iniciativa brotou sem prévio acerto com setores-chave. Não foi acertada com Michel Temer, que reagiu mal ao seu anúncio, informando à presidente que a ideia não contaria com seu apoio, o que, diante do veto da opinião pública, sepultou a iniciativa. A trombada da CPMF mostra, mais uma vez, a incapacidade ideológica e operacional do governo para criar consensos, o que permite o trânsito de diferentes percepções sobre a crise, enfraquecendo a narrativa do governo. É evidente a ausência de uma liderança forte, exigência elementar do regime presidencialista.
A questão do risco de perda do grau de investimento, pilotada pelas agências de risco, revela outra discrepância. Setores do Ministério do Planejamento e da Casa Civil não consideram o tema essencial. Reduzem o impacto devastador que isso pode ter no setor privado e na captação de empréstimos e oferta de bônus no exterior. Nem o governo, como um todo, nem o mundo político dão a devida importância ao problema.
E há o constrangimento diante dos atropelos gerados no recente episódio da coordenação política. Ao excluir Michel Temer dos debates, Dilma sinaliza que não o quer por perto. Porém, se o cenário já estava ruim com Temer, sem ele pode se tornar insustentável. Dilma depende muito mais dele do que imagina. Daí o estado de confusão do Planalto, perdido diante do bombardeio vindo de várias frentes, sem saber o que fazer, o que dizer, o quê e como articular.
Uma situação como essa certamente terá que piorar antes de começar a melhorar e, com isso, alimentar um novo surto de desconfianças sobre a capacidade de governabilidade da presidente. Os últimos desacertos provocados pelo Planalto transmitem uma sensação de imperícia típica de quem tem boas intenções, mas não sabe como atingir seus objetivos.
Resistência à elevação da carga tributária. O ministro Joaquim Levy enfrenta o momento mais difícil de sua participação no governo Dilma: as notícias sobre seu isolamento são recorrentes, nos últimos dias ele enfrentou fortes pressões na confecção do Orçamento de 2016 e, mais recentemente, passou a lutar contra a tendência de setores palacianos que defendem o aumento da carga tributária no ano que vem.
Levy acha que o melhor caminho é reduzir os gastos do governo como forma de reconquistar a boa vontade de áreas empresariais e aliviar o estresse que as contínuas disputas políticas no Congresso têm causado. Essas disputas resultam em danos para a imagem do governo, que aparece, em geral, como um ator descoordenado e sem um objetivo claro, pois a cada instante troca de foco.
A vida efêmera de 24 horas da proposta destinada a ressuscitar a CPMF acabou beneficiando a estratégia de Levy. Foi tão forte a oposição enfrentada pela ideia, com críticas de empresários, mídia e políticos – a começar pelo vice-presidente Michel Temer –, que o Planalto desistiu de enviá-la ao Congresso.
Depois disso, há quem desconfie do sucesso do governo na aprovação das quatro propostas que tramitam no Congresso – reforma do PIS/Cofins, imposto sobre herança, repatriação de capitais e aumento da CSLL.