Os cortes no Orçamento, anunciados pelo Ministério do Planejamento, repercutiram negativamente entre os senadores oposicionistas e os chamados "independentes" – aqueles que pertencem a partidos da base aliada, mas se definem como críticos ao governo. O senador Pedro Taques (PDT-MT) definiu a peça orçamentária aprovada no fim do ano passado como uma "obra de ficção". Segundo ele, o ideal seria que o Congresso Nacional definisse de maneira obrigatória como os gastos e cortes devem ser feitos. "Nós temos que ter um Orçamento que seja impositivo, que leve em conta a necessidade de determinadas áreas como saúde, segurança e educação, para evitar esse tipo de contingenciamento", disse. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) demonstrou preocupação com o excesso de gastos públicos em áreas não estruturais e com os cortes em setores essenciais como a educação – que teve contingenciamento anunciado de quase R$ 2 bilhões. "A economia está bem, mas vai mal", disse Cristovam. "O governo está fazendo esse contingenciamento com a alegação de que haverá uma queda na receita. E haverá mesmo. Mas isso é a prova de que as coisas não vão bem. O governo tem que dizer isso com clareza para evitar que um dia a gente acorde como a Grécia [país europeu que passa por grave crise econômica]", disse. (Agência Brasil)