Sinônimo de excelência, o selo que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) concede aos eletrodomésticos nacionais que cumprem as regras de eficiência no consumo de energia está chegando de fato à indústria automobilística. Criado em 2008, mas ainda pouco conhecido pelos consumidores, o Programa Brasileiro de Eficiência Veicular, do Inmetro, é uma das três pernas do novo regime automotivo gestado no governo. Aliado à suspensão do IPI para veículos elétricos e híbridos e à utilização das compras públicas como fator gerador de demanda, o selo de certificação do Inmetro será utilizado, a partir deste ano, como "diferenciação". Ainda de adesão voluntária, o selo deve se tornar compulsório até o fim do governo Dilma Rousseff. Estuda-se no governo tornar o selo do Inmetro uma espécie de condicionante para veículos terem preferência nas compras públicas. Ou seja, quando um órgão público abrir uma licitação para compra de veículos para sua frota, aqueles que tiverem o selo do Inmetro terão margens privilegiadas. A engenharia para tal medida seria a mesma da adotada pela Caixa Econômica Federal no programa Minha Casa, Minha Vida – por meio de um termo de referência, a Caixa pode conceder financiamentos mais atraentes para a compra de coletores solares (para aquecimento de água para banho) nas residências do programa. (Valor Econômico)