Ainda faltam dez dias e dois debates para o dia da eleição, mas a temperatura da campanha eleitoral já atingiu um ponto de estresse jamais imaginado. O debate do SBT resumiu bem o clima vivido pelo país: troca de acusações duras, elevação do tom das discussões e episódio do mal estar da presidente, no final.
Jamais uma campanha eleitoral chegou a tal ponto no Brasil, descambando para a baixaria e o jogo bruto. Primeiro porque até aqui os marqueteiros alegavam que o eleitor não gosta de campanha negativa e segundo porque isso bloqueia o debate de ideias. Depois de dois debates no segundo turno – Band e SBT – não se conhecem em detalhes as propostas dos candidatos.
O dado novo é que o sucesso dos marqueteiros da presidente Dilma na desconstrução de Marina Silva estimulou a aplicação da estratégia da pancadaria ao tucano. Aécio, diferentemente da ex-senadora, não ficou calado. Reagiu no mesmo tom. Ele disputa um jogo de viva ou morte. A reação é instintiva. Dilma, como se sabe, já é naturalmente competitiva.
Depois do debate de hoje, contudo, os dois lados parecem ter chegado ao limite de suas possibilidades, não poderão ir mais longe na intensidade do bateu-levou. Só que o placar continua empate, tornando as próximas pesquisas um momento eletrizante.