Ao ritmo de uma crise que parece acelerar para um desfecho turbulento na zona do euro, os investidores externos retiraram pela conta financeira US$ 5,19 bilhões do Brasil em pouco mais de duas semanas de maio (até o dia 18), quantia semelhante à de dezembro de 2008, quando o mundo vivia plenamente as consequências desastrosas da falência do Lehman Brothers. Investidores em ações formam um dos contingentes principais da fuga do risco. Até o dia 21, retiraram liquidamente US$ 3 bilhões, enquanto o Ibovespa recuava em tombos sucessivos até os 54.716 pontos de ontem, com uma queda de 20% desde o pico de 13 de março. Só em maio, o recuo atinge até agora 8,5%. O Banco Central interveio fortemente no mercado, ontem, quando a cotação do dólar chegou a se dirigir para R$ 2,10 – enquanto o diretor de política monetária, Carlos Hamilton, sinalizou que a autoridade monetária estava preocupada com a volatilidade das cotações, que fecharam em baixa de 1,97%, a R$ 2,039. (Valor Econômico)