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Saída de Bevilaqua pode fortalecer Meirelles

A saída de Afonso Bevilaqua da diretoria de Política Econômica do Banco Central, confirmada na noite desta quinta-feira, já era esperada pelo mercado. O que surpreendeu foi o timing. A expectativa era que ele deixasse o Banco mais adiante, numa transição mais tranqüila. Mário Mesquita, diretor de Estudos Especiais, acumulará interinamente a função até que um novo nome seja apontado. 


Aparentemente, os virulentos ataques do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Aloizio Mercadante, ao BC durante audiência pública na última terça-feira e o anúncio pífio do PIB (2,9%) não pesaram sobre a saída de Bevilaqua. Mas esta é a impressão que fica. 


O mais importante agora é saber como se dará a substituição de Bevilaqua e quão preservada estará a autonomia do Banco Central. Enquanto seu substituto definitivo não for escolhido, será intensa a batalha dos heterodoxos do governo para influenciar na escolha. 


Sobre a autonomia do BC, foi muito importante a mensagem que Lula passou sobre a equipe econômica. Durante café da manhã nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, Lula conversou com um grupo de jornalistas e disse: A área econômica está blindada pelo sucesso dela. Parece até que foi tudo previamente combinado. 


Bevilaqua era considerado o mais conservador dos diretores do BC e, portanto, o alvo predileto da turma do PT. Portanto, sua saída pode contribuir para que o fogo-amigo sobre o Banco Central diminua e favorecer a permanência de Henrique Meirelles no governo.