O xeque-mate ainda está longe para qualquer um dos lados, mas o xadrez político em que se transformou a briga entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ganhou uma nova peça, fundamental na estratégia do brasileiro. Depois de anunciar Andrés Sanchez como novo diretor de seleções, Teixeira recebeu, na noite de segunda-feira, a notícia que esperava para poder se dedicar exclusivamente ao combate com o inimigo suíço: convidado para sucedê-lo na presidência do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, como antecipado pela coluna "Panorama Esportivo", Ronaldo Fenômeno aceitou o desafio. Numa entrevista coletiva, amanhã, ele dirá que posição assume nesse tabuleiro. Com o Rei Pelé, outro desafeto de Teixeira, cooptado pelo governo federal, a escolha de um ícone capaz de legitimar e, principalmente, agilizar as ações do COL, em especial em Brasília, onde o trânsito do dirigente engarrafou após a saída do ex-presidente Lula, foi um movimento bem estudado. Ronaldo é a figura acima de qualquer suspeita, como foi Michel Platini para os franceses em 1998, Franz Beckenbauer na Copa da Alemanha, em 2006, e mesmo Danny Jordaan, diretor executivo na organização da Copa de 2010, na áfrica do Sul, e hoje um nome de alta credibilidade na Fifa. (O Globo)