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Românticas explicações não explicam nada

As derrotas de ACM na Bahia e José Sarney no Maranhão foram saudadas por alguns como a derrota das oligarquias por conta de uma onda de renovação e resistência popular. Ledo engano. Os motivos são menos nobres: dissidência e traição política.


 


Na Bahia, a estória da derrota começou a ser escrita quando ACM expulsou Antonio Imbassahy de um jatinho a alguns anos. O clima entre ambos ficou insuportável. Imbassay, que era o mais popular e saudado dos novos carlistas,  teve que abandonar o grupo. Foi para o PSDB.


 


A divisão de forças  custou a derrota pela prefeitura de Salvador, onde Imbassay foi prefeito com ampla aprovação.  A mesma prefeitura que ajudou o PT a ganhar o governo com Jacques Wagner. Na Bahia existe uma agravante: a morte de Luiz Eduardo Magalhães. Sem ele, o grupo carlista perdeu a melhor cabeça de pensamento estratégico e um homem capaz de dialogar com todas as forças políticas da Bahia. Deu no que deu. Nada de romance de resistência popular.


 


 


No Maranhão, a estória da derrota tem como ponto central a traição política. José Reinaldo sempre foi um obediente escudeiro  de José Sarney, a quem deve tudo. Tudo mesmo. Vice-governador de Roseana, casou-se com uma jovem ex-aeromoça de temperamento forte. O dócil Zé Reinaldo começou a ser pressionado pela mulher a ser menos dócil frente o autoritarismo da patroa política Roseana Sarney. Esta, sentindo o risco de traição, não concordou com o pai quando este insistiu que o dócil escudeiro seria o melhor candidato para manter a hegemonia no Maranhão.


 


Eleito governador pela oligarquia, Zé Reinaldo rompeu com o clã Sarney apoiado pela sua então esposa Alexandra.  Divorciaram em seguida. Deu no que deu. Conseguiu o impensável, derrotar Roseana Sarney apoiando Jackson Lago. Nada de romantismo. Sem a traição política de Zé Reinaldo, Roseana era governadora de novo.