A reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) nesta segunda e terça-feira, em Fortaleza, oferece uma boa oportunidade de protagonismo internacional para a presidente Dilma Rousseff, em seguida à realização da Copa, avaliada como um dos eventos de mais alto astral dos últimos anos. O bloco vai ratificar a criação de um banco de desenvolvimento e um fundo para respaldar a economia dos cinco países. Serão uma espécie de Banco Mundial e FMI dos Brics, abrindo espaço para negociações comerciais que assegurem mais autonomia em relação aos países desenvolvidos. Na agenda, está previsto o aprofundamento das discussões sobre um mecanismo de política cambial que ofereça garantias contra a volatilidade financeira e transações comerciais, uma das principais vulnerabilidades expostas pela maioria dos países desde o início da crise de 2008. Os Brics também poderão aproveitar a ocasião para dialogar sobre um papel mais efetivo dos cinco países no debate sobre os projetos de futuro das nações.