O noticiário econômico dominou a semana, com a crise nas bolsas que começou na China e atingiu o mundo todo. Saiu também o resultado do PIB de 2007 e diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, anunciou que vai deixar o cargo. Lula disse que não sofre pressões para fazer a reforma ministerial e jurou que não há hipótese de um terceiro mandato.
Balanço da semana
Positivo | Negativo |
Lula descarta terceiro mandato | Planalto quer decidir a pauta do Congresso |
Governo propõe plano de previdência único para servidor | PIB de 2006 fica em 2,9%, abaixo da média mundial |
Superávit do Tesouro em janeiro foi o triplo em relação ao mesmo mês de 2006 | Lula não vê perspectiva para o problema da criminalidade entre os jovens |
Reservas internacionais superam US$ 100 bi | PFL vai ao STF contra duas medidas do PAC |
Governo quer arrecadar ICMS no destino | Pedida a renúncia de membros da CCJ da Câmara |
POLÍTICA
Crescimento do PT desde que chegou ao poder em 2002, o PT é o partido político que mais cresceu. Nem o escândalo do mensalão, nem as disputas internas barraram a conquista de novos seguidores. Um grupo de 218 mil novos filiados engrossou os quadros do partido, que agora conta com 1,047 seguidores de carteirinha.
Troca-troca – na Câmara, PR (resultado da fusão do PL e Prona) é o partido que mais ganhou deputados no troca-troca entre as legendas. Elegeu 23 deputados, fechou a semana com 33 e quer chegar a 50. O Planalto age para atrair para os partidos da base de apoio de deputatos descontentes da oposição.
Disputa no PMDB o governo ofereceu o Ministério da Previdência a Michel Temer, que concorre à reeleição contra o ex-ministro do STF Nelson Jobim. Temer recusou o presente por entender que Lula quer vê-lo fora do comando do principal partido da base. Cinco governadores do partido pediram que Temer desistisse.
Sem terceiro mandato Lula tomou café com jornalistas e garantiu que não há hipótese de um terceiro mandato, porque isso seria brincar com a democracia. Um grupo no PT pensa em parlamentarismo com Lula.
PFL contra o PAC o PFL entrou no STF com duas Adins contra duas medidas provisórias do PAC (349, que trata da utilização de recursos do FGTS em obras de infra-estrutura e a 352, que trata da concessão de incentivos à produção de componentes para a TV digital).
Fundo Partidário – o Senado aprovou a nova distribuição do Fundo Partidário, que já havia sido votada pela Câmara. Os partidos com representação no Congresso dividirão entre si 95% dos recursos. Os 5% restantes serão divididos entre todas as 28 agremiações registradas na Justiça Eleitoral. Também no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a restauração da cláusula de barreira.
ECONOMIA
PIB acanhado – o crescimento do PIB em 2006 ficou muito aquém do sonhado espetáculo do crescimento. A taxa de 2,9% ficou abaixo da média mundial (5,1%) e, na América Latina, só foi superior à do Haiti, país devastado por guerra civil. Mas, ainda assim, ajudou a economia brasileira a recuperar o 10° lugar no mundo. Lula disse que não tinha culpa do resultado do PIB e que a economia só vai crescer quando as pessoas acreditarem que as coisas estão sendo feitas com seriedade.
Perde o sono – o ministro Guido Mantega reconheceu que o resultado do PIB no ano passado foi modesto, mas o que tira o sono da equipe econômica é o câmbio defasado. Ele prevê que a crise gerada na bolsa de Xangai vai durar ainda uns dez dias. A crise pôs em dúvida a continuiadade do crescimento das economias da China e dos EUA. Para o FMI, não há riscos.
Parcimônia a crise que atinge as bolsas no mundo, desde terça-feira, é um aviso para que o BC tenha mais cautela, disse o presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele reforçou o argumento afirmando que o BC tem que agir com parcimônia. O diretor de Política Econômica, Afonso Bevilaqua, e principal alvo do fogo amigo do PT, anunciou que vai deixar cargo. Meirelles disse que Bevilaqua será substituído por Mário Mesquita, diretor de Estudos Especiais, e que a política monetária não sofrerá alterações.
ICMS no destino o Ministério da Fazenda vai apresentar aos governadores durante reunião que terão com Lula na próxima semana proposta de reforma tributária que inclui a cobrança do ICMS no destino. A sugestão não é do agrado dos grandes estados como Minas e São Paulo.
Carga tributária o total de tributos pagos pelo contribuinte chegou a R$ 815 bilhões no ano passado, o que representa 38,8% do PIB. No governo Lula, houve aumento de 2,96 pontos percentuais na carga tributária.
Agenda da semana
Dia 06.03 · Lula se reúne com governadores · Começa reunião do COPOM Dia 07.03 · Chega ao Brasil presidente da Alemanha, Horst Köhler · Chegada do presidente George Bush Dias 08 e 09.03 · Convenção do PMDB para escolha do presidente