Nem Lula escapa
23 de janeiro de 2007
PAC DEVE PROMOVER CRESCIMENTO, MAS NÃO DE 5%
23 de janeiro de 2007
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Repercussões do texto

saiu na coluna  “Direto da fonte” de O Estado de São Paulo de hoje:  

A grande crítica que se fez ontem, em vários setores, ao PAC foi a não inclusão da reforma tributária e da reforma trabalhista. Ora, se o governo não vai aproveitar o momento mágico do início do seu segundo mandato, com os cofres cheios e forte apoio popular, para fazer reformas, quando as fará? A questão é colocada pelo cientista político Murilo Aragão, da Arko Advice. ‘Isso significa que, por omissão, o presidente assume que o País tem um sistema tributário e uma legislação trabalhista adequadas para promover o espetáculo do crescimento.’ E demonstra, claramente, segundo o analista, que o governo Lula é conservador em suas soluções.

O PAC acabou sendo uma colagem de outros planos, como o Brasil em Ação de FHC, que, em lugar de medidas estruturais, opta por dar crédito barato, desonerar alguns setores e aumentar o gasto público. Em lugar de assumir as reformas, diz o cientista, o governo propõe um fórum com os governadores e diz que atacará o problema da Previdência se todos forem a favor. ‘Não abordou nem a reforma sindical, aquela que fortalece a CUT.’

Não que o PAC não vá promover crescimento. Mas isso muito mais porque o País vive um bom momento de estabilidade, tem reservas para garantir investimentos estrangeiros e alguns setores confiáveis para investir. ‘O montante de dinheiro público alocado no plano pode aquecer alguns setores e irradiar por toda a economia. Porém, para destravar o País, Lula teria que avançar muito mais.’

Enquanto a sociedade segue carregando a maior carga tributária de sua história e uma das maiores do planeta, alguns setores serão beneficiados. ‘Não cabe aqui discutir o mérito das isenções. Mas o certo seria reduzir a carga tributária como um todo.’ Em vez disso, o governo vai se limitar a fazer desonerações, por meio de medida provisória e decreto – ‘que não terá muitas dificuldades para aprovar’ -, de alguns setores. ‘Frente às expectativas criadas, o que podemos concluir é que, se o PAC não foi ‘uma montanha que pariu um rato’, no máximo, pariu uma paca.’ “