Após a escolha de Michel Temer como seu articulador político, o governo deu mais um passo importante para melhorar o relacionamento com o PMDB, nomeando Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo. Além disso, foram definidas algumas nomeações no segundo escalão. O partido ganhou, por exemplo, mais um diretor na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O efeito colateral da ida de Henrique Alves para o Turismo foi o descontentamento que isso gerou no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já que a presidente teve de retirar da equipe Vinícius Lages, indicado por Calheiros.
A nomeação de Jorge Luiz Macedo Bastos, aliado de Renan, para a diretoria da Agência Nacional de Transportes (ANTT) foi a forma encontrada para diminuir a insatisfação do presidente do Senado. A estratégia, no entanto, não foi completamente bem-sucedida. O peemedebista continua a aproveitar qualquer oportunidade para alfinetar Dilma. Ontem, ele a criticou por sancionar, e depois sinalizar que contingenciaria, a verba do fundo partidário.
No geral, a tendência é que haja uma melhora na relação entre Executivo e Legislativo. Pesquisa feita pela Arko Advice no final de março apontava que cerca de 60% dos deputados avaliavam o relacionamento entre os dois Poderes como “ruim” ou “péssimo”. Percentual semelhante acreditava que nos próximos três meses a situação iria manter-se ou piorar.
É importante ressaltar, no entanto, que a aliança entre PT e PMDB está desgastada. Não há confiança entre as duas legendas. Haverá uma melhora no curto prazo, porém o governo não está livre de ter de enfrentar novos problemas.