Antipetismo em ascensão
26 de março de 2015
Levy trabalha em proposta alternativa para renegociação de dívidas dos estados
28 de março de 2015
Exibir tudo

Regime de dispensa de licitação na Petrobras na mira do Congresso

 
Petrobras
Leio no Estadão que o TCU determinou à Petrobrás que mude suas licitações. “As exigências têm o propósito de tornar as contratações da estatal mais transparentes e eliminar brechas usadas para práticas de superfaturamento e outros tipos de fraude. Depois de analisar um conjunto de obras contratadas pelo ‘regulamento licitatório simplificado’ da Petrobrás, o TCU concluiu que as falhas nas licitações são de uma “clareza solar” e que novas licitações precisam de reparo imediato”, diz o jornal.
O fim do regime especial de contratações na Petrobras é uma possibilidade que começa a ganhar força no Congresso. Alguns parlamentares atribuem a esse instrumento a facilidade para montagem dos esquemas de corrupção na estatal revelados pela Operação Lava-Jato.
O Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobras foi criado por meio de decreto do ex-presidente Henrique Cardoso (PSDB) para dar mais agilidade e maior capacidade de competição à empresa, o que não correria caso ela estivesse submetida à Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93).
O principal porta-voz do fim desse instrumento é o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele tem defendido abertamente a revogação do decreto de FHC, que, para ele, “abriu a porteira para a corrupção”. Cunha apoia um projeto apresentado pelo deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) que revoga o decreto e remete as concorrências da Petrobras à Lei de Licitações. Tal possibilidade também foi defendida por membros da CPI da Petrobras. A matéria pode ter regime de urgência aprovado nesta semana.
No Senado, a ideia também tem seus defensores. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) é autor de proposta com o mesmo objetivo (PDS nº 197/14). Um dos argumentos utilizados por Ferraço é que o regime está sendo usado indiscriminadamente e o Tribunal de Contas da União tomou decisões contrárias à sua utilização quando ele não era necessário.
A medida deve contar com a oposição do PSDB, mentor do sistema vigente. A simples aceitação da revogação do decreto de FHC pode soar como atestado de culpa aos tucanos.