Por Cristiano Noronha
Após a proposta de Reforma Política ficar mais de dez anos em discussão, o tema volta mais uma vez à agenda legislativa: o governo encaminhou sete projetos sobre a reforma para o Congresso. O envio dos projetos cria mais um fato político a favor do governo ao sinalizar para a opinião pública em geral a disposição de modificar um modelo que não funciona e está profundamente desgastado.
Os temas dos projetos são: compra de votos; inegebilidade; financiamento dos partidos políticos; cláusula de desempenho; voto em lista pré-ordenada; fidelidade partidária; e coligações eleitorais. A iniciativa é boa. Mas pode ter vindo tarde demais. Na Câmara, a prioridade a partir de março será a Reforma Tributária. Sua votação levará, no mínimo, um mês. O debate em torno da sucessão presidencial também pode atrapalhar votação da Reforma Política.
O empenho do governo será fundamental. Não pode ser apenas jogo de cena. Caso contrário, não avançará. Desde 2007, quando foi encaminhado ao Congresso, um projeto não deu um passo sequer.