PTB e PDT anunciaram intenção de deixar a base aliada. A saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política do governo é tema recorrente. As críticas ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, são frequentes. Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou a defender o corte do número de ministérios. É grande, portanto, a necessidade de ajuste na equipe ministerial.
As mudanças deveriam seguir algumas diretrizes: melhorar o relacionamento com a base política, em especial na Câmara dos Deputados; reduzir o número de ministérios; continuar com a mesma quantidade de legendas representadas no ministério. Por fim, que os ministros representem suas bancadas para que esse fato seja convertido em apoio no Congresso.
A disposição do PDT de entregar seus cargos no governo, inclusive o Ministério do Trabalho, parece firme. Segundo o líder do partido na Câmara, André Figueiredo, a presidente Dilma Rousseff teria pedido que o partido aguardasse de 10 a 15 dias. Mas é pequena a chance de a legenda voltar para a base.
Aliados também reclamam que os ministros escolhidos por Dilma não os representam. Daí a dificuldade de esses ministros atuarem em favor do governo em votações importantes. Recentemente, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, disse que os três ministros da “cota’’ dos deputados do PMDB não representam a vontade da bancada.
A tendência é que nem todas as diretrizes sejam seguidas. Com isso, a reforma pode dar algum alívio na tensão política, mas dificilmente será capaz de reverter a insatisfação de forma definitiva.