Nos nove primeiros meses do ano, a indústria cresceu 1,1% e o comércio varejista, 7,6% (até 8%, se levarmos em conta veículos e material de construção). São dados que retratam o dilema brasileiro em que a demanda doméstica, muito mas dinâmica, não é seguida pela indústria, o que cria um descasamento que só a importação está podendo resolver. No mês de setembro, o comércio varejista, recuperando o recuo que se verificou no mês anterior, com uma queda de 0,4%, certamente sob o efeito da inflação, apresentou crescimento de 0,6% (dado com ajuste sazonal). O fato mais significativo é que, no setor de móveis e eletrodomésticos, que tem uma participação de 53,3% nas estatísticas do varejo, registrou-se em setembro um crescimento de 16,5% no volume das vendas. Diante desse resultado, podemos considerar que as vendas do período natalino já tiveram início, possibilitando a conclusão de que o movimento do comércio no final do ano se anuncia muito melhor do que se esperava e que as famílias estão se antecipando nas suas compras, no quadro de uma renda maior do que no ano anterior. (O Estado de S.Paulo)