Passado o pesadelo, os brasileiros acordaram hoje com duas indagações: o fracasso da Seleção pode trazer de volta um novo ciclo de protestos? Quais os desdobramentos eleitorais de um placar tão adverso? O maior risco é a ocorrência de grandes manifestações contra o governo e contra a conjuntura, alimentadas pelo sentimento negativo deflagrado pela derrota, e, por conseguinte, isso afetar o desempenho de Dilma Rousseff na campanha eleitoral. O mais provável é que o fato seja assimilado nas próximas semanas. Em especial, se uma nova derrota na disputa pelo terceiro lugar, no próximo sábado, não contribuir para piorar a situação. Um “apagão” logístico teria sido muito mais impactante para a campanha eleitoral do que uma derrota nos gramados, pois exporia o governo em uma situação de fracasso direto. E isso não ocorreu. Bem ao contrário.
No caso do fracasso da Seleção, a responsabilidade é da CBF, da comissão técnica e dos jogadores. Antes mesmo do desastre, muitos deles já eram criticados pela torcida e pala imprensa, uma vez que o Brasil jogava abaixo de suas expectativas. Na história recente, nenhuma das eleições presidenciais (1994, 1998, 2002, 2006 e 2010) foi afetada significativamente pelo desempenho do Brasil na Copa do Mundo.