Aqui e ali, nas entrelinhas dos artigos e nas colunas bem informadas, surgiram hoje, pela primeira vez nos últimos 12 anos, duras críticas ao cenário político depois de uma vitória do PT. As duras medidas adotadas pelo governo racharam o partido, que ataca o ambiente pós-eleitoral: a presidente prometeu no palanque não tocar em direitos trabalhistas nem dar cavalo de pau na economia, e depois da eleição entregou o governo a técnicos ligados aos tucanos.
As críticas dos petistas ao que chamam de traição ao partido proliferam país afora, informa o Panorama Político, do Ilimar Franco, no Globo. A falta de convicção petista já contaminou a base do governo no Congresso. A isso se soma a falta de ascendência da presidente Dilma sobre sua própria legenda. O quadro só não é pior porque a oposição não tem capacidade de promover mobilização social de massas.
Na intimidade, alguns petistas dão razão ao discurso de Aécio Neves. Outros sumiram das redes sociais. O marido da deputada Maria do Rosário (PT-RS), Eliezer Pacheco, por exemplo, lançou um grito de guerra: “Não foi nisso que nós votamos. Em defesa do nosso projeto e do PT, FORA, LEVY”.
Pacheco, secretário na prefeitura de Canoas (RS), diz que está esperneando porque não é “cordeiro nem omisso”. Acusa o governo Dilma de ter optado por “achacar os assalariados”, como se fosse um governo de direita. E receita: enfrentar os sonegadores e o grande capital, e não trair “nosso projeto nem que a vaca tussa!”