Uma das variáveis da atual crise entre PT e PMDB, sobretudo na Câmara, é a dificuldade que petistas e peemedebistas encontram para fechar alianças nas disputas para os governos estaduais. Por trás disso, estão os objetivos similares dos dois partidos. Ou seja, eleger o maior número possível de governadores, assim como ampliar a bancada federal.
Segundo levantamento feito pela Arko Advice, o PT deve ter candidaturas próprias a governador em 12 estados: AC (Tião Viana); BA (Rui Costa); DF (Agnelo Queiroz); MS (Delcídio Amaral); MG (Fernando Pimentel); PR (Gleisi Hoffmann); PI (Wellington Dias); RJ (Lindbergh Farias); RS (Tarso Genro); RO (Padre Ton); RR (ângela Portela); e SP (Alexandre Padilha).
Já o PMDB deve ter candidatos a governador em 19 estados: SP (Paulo Skaf); RJ (Luiz Fernando Pezão); RS (José Ivo Sartori ou Paulo Ziulkoski); CE (Eunício Oliveira); PA (Hélder Barbalho); GO (Júnior Friboi); MA (Luís Fernando Silva); PB (Veneziano do Rêgo); ES (Paulo Hartung ou Ricardo Ferraço); PI (Marcelo Castro); MT (Carlos Bezerra); AM (Eduardo Braga); AL (Renan Calheiros ou Renan Filho); MS (Nelson Trad Filho); SE (Jackson Barreto); RO (Confúcio Moura); TO (Kátia Abreu ou Marcelo Miranda); RR (Romero Jucá ou Rodrigo Jucá); RN (Fernando Bezerra). O número de candidaturas próprias do PMDB a governador poderá chegar a 22 se o partido também lançar candidatos em MG (Clésio Andrade), BA (Geddel Vieira Lima) e PR (Roberto Requião).
No cenário atual, PT e PMDB estariam juntos em apenas três estados nas disputas para governador: no DF, onde o PMDB apoiará Agnelo Queiroz (PT); no PA, onde o PT apoiará Helder Barbalho (PMDB); e no SE, onde o PT apoiará Jackson Barreto (PMDB).
No entanto, existe a possibilidade de PT e PMDB fecharem aliança em mais oito estados. O PT poderá apoiar o PMDB em AL, SC, GO, PB, TO e MT. O PMDB, por sua vez, poderá ainda apoiar o PT em MG e no PR. Os dois partidos poderão também negociar coligações em AM, MA, RO e CE, estados onde o PMDB deseja ter o apoio do PT.
Porém, por outro lado, PT e PMDB serão adversários nas eleições para governador em 12 estados.
Petistas e peemedebistas estarão em lados opostos nas seguintes localidades: AC (PT deve enfrentar aliança entre PSDB e PMDB); BA (PT deve enfrentar aliança entre PMDB, DEM e PSDB); MS (PT deve enfrentar o PMDB); PI (PT deve enfrentar a aliança PMDB e PSDB); RJ (PT deve enfrentar o PMDB); RS (PT deve enfrentar o PMDB); SP (PT deve enfrentar o PMDB); PE (aliança PTB-PT enfrentará aliança entre PSB, PMDB e outros partidos); ES (PT deve compor aliança com o PSB contra o PMDB); RN (PMDB e PSB devem formar aliança contra a aliança PSD-PT); AP (PT deve apoiar o PSB contra o PMDB ou a aliança PDT-PMDB); e RR (PT deve enfrentar a aliança PSB, PMDB e PSDB).
PT e PMDB também possuem aliados distintos em outros estados. No AP e no ES, a aliança do PT será com o PSB. No RN, o PT apoiará o PSD, e em PE o apoio será dado ao PTB. No MA, poderá apoiar PMDB ou PCdoB. Já o PMDB deverá fechar aliança com o PDT no AP. E, em SC, tende a apoiar o PSD.
Considerando a conjuntura de hoje, existe a possibilidade de PT e PMDB estarem juntos nas disputas para governador em dez estados (DF, PA, SE, AL, GO, TO, MG, MA, RO e PB). Esse número pode chegar a 12 se petistas e peemedebistas obtiverem sucesso nas negociações no MT e no AP. Por outro lado, PT e PMDB devem ser adversários em: AC, BA, MS, PI, RJ, RS, SP, PE, ES, RN, AP e RR (12 estados). Em três estados (CE, PR e SC) o cenário é de indefinição.
Considerando os três maiores colégios eleitorais (SP, MG e RJ), é importante mencionar que PT e PMDB estarão separados nas disputas estaduais em SP e no RJ, podendo haver entendimento apenas em MG. Nas eleições de 2010, os dois partidos estiveram juntos em MG e RJ e foram adversários em SP.