Dois dias antes do aniversário de 48 anos do golpe de 1964, um debate marcado por elogios à ditadura terminou ontem com cerca de 300 pessoas – a maioria militares da reserva e alguns ex-integrantes do regime – sitiados por manifestantes que os acusavam de tortura e assassinato, na sede do Clube Militar, na Cinelândia, no centro do Rio. A Polícia Militar fez um corredor entre a porta principal da instituição, na Avenida Rio Branco, e uma das bocas da estação do Metrô, para garantir a saída em segurança das pessoas, e usou bombas de gás e de efeito moral contra os ativistas. Mas foi impossível evitar que os manifestantes, ligados a PT, PC do B, PSB, PDT e movimentos sociais, os insultassem com palavrões e gritos de "assassino" e "torturador", além de berros como "mulheres foram estupradas pela repressão". Cercados ao tentarem sair pela lateral, alguns militares da reserva ganharam banhos de tinta. "Um caminhão da PE (Polícia do Exército) aí acabava com isso", disse uma senhora que tentou sair pela portaria secundária, pela Rua Santa Luzia. (Agência Estado)