Quem teve a oportunidade de assistir a qualquer palestra do presidente da Refinaria Abreu e Lima, Marcelino Guedes, invariavelmente ouviu ele repetir o mesmo discurso. "Não basta ter uma refinaria em Pernambuco. é preciso colocar Pernambuco dentro da refinaria". Por enquanto, o impacto da frase de efeito é maior no meio político do que na prática. Dos cursos de qualificação profissional para o setor de petróleo e gás no Estado, pouco mais da metade (57%) foi realizado. A distância entre a Petrobras e Pernambuco não se limita à mão de obra. Da base de empresas pernambucanas (8 mil só no setor industrial) apenas 99 conseguiram se cadastrar como fornecedoras da estatal. O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) é o exemplo mais emblemático de como a inserção de Pernambuco no cobiçado setor segue em ritmo lento. "Ninguém imaginava que o processo seria simples, porque estamos fazendo nossa estreia nessa indústria. Mas é preciso ter senso crítico para perceber as distorções. A própria Petrobras não contrata os alunos que saem do programa", afirma um empresário que preferiu ter seu nome preservado. (Jornal do Commercio)