Após acompanhar a evolução dos salários entre 2004 e 2007, a produtividade do trabalho na indústria de transformação passou a perder feio essa corrida nos quatro anos seguintes. Entre 2008 e 2011, o salário médio real cresceu 12,4%, enquanto a produtividade avançou apenas 4,7%, em cálculos que cruzam a pesquisa industrial e a de salários na indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de crescente, a alta dos salários em reais e em dólar, especialmente, traz preocupações ao setor industrial. Como eles estão longe de ser os mais altos do mundo, essa conta tem sugerido, para vários analistas, que o problema está mais na eficiência, do que no nível do rendimento. Coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor da USP, Naercio de Menezes Filho é um dos que veem na baixa produtividade do trabalhador um dos problemas que atrapalham a competitividade da indústria. Para ele, os aumentos de salários em reais não têm sido muito salgados. Em dólares, porém, a conta aumenta. De 2005 a 2011, por exemplo, a folha de salários da indústria aumentou 57% em dólares, já descontando os ganhos de produtividade, segundo a MB Associados. (Valor Econômico)