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Procurador peruano virá ao Brasil investigar contratos da Interoceânica

Interoceânica 2
O Procurador-Geral da República do Peru, Pablo Sánchez, virá ao Brasil com uma equipe de fiscais para investigar se empresas brasileiras pagaram propina para obterem os contratos de construção da rodovia Interoceânica, que liga os dois países. Sánchez e sua força-tarefa se reunirão em Brasília com membros da Procuradoria-Geral da República, responsável pela denúncia que será feita no âmbito da Operação Lava Jato. Em 2009, a Polícia Federal interveio nos escritórios da construtora Camargo Corrêa e realizou batidas nas residências dos seus principais executivos, quando foram recolhidos documentos, computadores e até um USB (pen drive) que comprovariam o pagamento de propina.
Segundo os procuradores peruanos, os pagamentos irregulares seriam superiores aos US$ 6 milhões, para a construção do trecho 4 da rodovia, justamente aquele que liga o Brasil ao Peru. A construtora Odebrecht seria uma das empresas beneficiadas com o contrato. Por meio do seu escritório em Lima, a empresa informou que a obra foi dividida em cinco trechos e que a Odebrecht ficou responsável pelos trechos 2 e 3. “Me comuniquei com a Procuradoria-Geral da República em duas oportunidades para acordarmos uma agenda e pautas necessárias para que os fiscais de Lima viagem ao Brasil”, afirmou Sánchez. Ele assegurou que os contatos entre as respectivas procuradorias são diretos e que os fiscais virão ao Brasil de um jeito ou de outro.
Os peruanos pretendem recolher documentos e informações como provas para decidir se abrem ou não uma investigação naquele país. O Ministério Público peruano entende que é possível obter no Brasil, provas sobre diversas irregularidades nas obras da Interoceânica. Num primeiro momento, os peruanos querem conhecer detalhes acerca dos fatos ligados à realização da obra e somente depois, tratar das pessoas envolvidas e dos possíveis crimes cometidos na execução do projeto.
A decisão do Procurador-Geral do Peru de investigar supostas irregularidades na construção da rodovia, teria sido um dos motivos para o presidente Ollanta Humala ter cancelado sua participação na Cúpula do Mercosul, realizada em Brasília no dia 17.