CNI apresentará amanhã um conjunto de estudos com propostas econômicas aos candidatos à Presidência. A necessidade de ampla reforma tributária é a prioridade da entidade, com mudanças para evitar a cumulatividade de tributos. Dificilmente as promessas de envio de reforma tributária ao Congresso irá além disso, pois já se provou nos governos FHC e Lula que não há consenso sobre a matéria. Além disso, a amplitude do tema inviabiliza sua abordagem. A maneira de escapar do impasse seria fatiar a reforma, proposta que até agora não entusiasmou as equipes dos presidentes eleitos nos últimos 12 anos.
O evento na CNI reunirá os três principais candidatos na disputa pelo Planalto: Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Em horários separados, ao longo do dia, os presidenciáveis ouvirão as prioridades da indústria e apresentarão suas propostas. O evento contará com 700 empresários de todo o país, entre eles executivos de multinacionais “pesos-pesados”.
A entidade propõe unificar tributos incidentes sobre circulação de bens e serviços (IPI, PIS/Pasep, Cofins, ICMS, ISS, Cide-Combustíveis), bem como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Quer ainda a desoneração tributária completa de investimentos e exportações, lembrando que cerca de 150 países utilizam o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) baseando-se no modelo europeu, com ágil devolução de créditos, desoneração de bens de capital e tributação no destino. Estudo comparativo internacional encomendado junto à Ernst & Young mostra que o custo final de instalação de uma siderúrgica no Brasil é elevado em 10,6% por conta de impostos.