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Principais notícias desta sexta-feira (06/02/2009)

José Maurício Jr. 

 

BC libera até US$ 36 bilhões para empresas

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, anunciou nesta quinta feira que está disposto a liberar até US$ 36 bilhões das reservas internacionais às empresas brasileiras com dívidas no exterior. Hoje, essas reservas acumulam-se em US$ 200 bilhões. "Esse será um passo importante para regularizar o mercado de crédito." Com a crise, bancos reduziram os empréstimos em dólar, o que obrigou companhias a tomar financiamento em reais ou comprar dólares no Brasil para quitar a dívida. Conforme levantamento do BC, as dívidas dessas companhias brasileiras devedoras no exterior com vencimento entre outubro de 2008 e dezembro de somam US$ 36 bilhões.

 

Juro alto ainda incomoda o Planalto

Irritados com as atitudes dos bancos de manterem as elevadíssimas taxas dos “spreads”, ministros envolvidos no debate, relacionado, sobretudo, com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, não escondem a indignação que é, também, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  "O governo não vai aceitar o jogo de esconde-esconde a respeito da questão do spread", disse um ministro. Ele se referia aos questionamentos dos bancos federais à metodologia que o Banco Central e o Ministério da Fazenda usaram para retratar os spreads cobrados pelos bancos públicos e privados, após o agravamento da crise financeira internacional e a consequente contração do crédito.

 

Petrobras cria seis subsidiárias

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, a criação de seis empresas subsidiárias que serão responsáveis pelas atividades da estatal no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em construção na cidade de Itaboraí. A Comperj Participações, uma das empresas criadas, será a holding que controlará as outras cinco. O objetivo da estatal é viabilizar a entrada de sócios privados no projeto, que prevê investimentos de US$ 8,5 bilhões até 2012.

 

Variação do crédito pelas instituições alarmam consumidores

Segundo a nova ferramenta (ranking de juros dos bancos) disponível no site do Banco Central (BC) mostra que, uma mesma modalidade de crédito pode ter custo anual para o consumidor cem vezes maior em um banco do que no seu concorrente. O caso do crédito pessoal, que pode sair mais caro que o cheque especial, é exemplar. Enquanto a financeira Crefisa, em média, cobra 1.418% ao ano (25,44% ao mês) para o empréstimo, o banco Société Générale cobra 13% ao ano, em média, (1,02% ao mês).  O Société só oferece este empréstimo a funcionários, mas, mesmo considerando o próximo no ranking, a diferença seria enorme. A financeira Barigüi tem a segunda menor taxa, com 22,3% ao ano (1,69% ao mês). Os juros da Crefisa, portanto, são 63 vezes maiores.

 

Caixa anuncia redução das taxas de juros

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta sexta-feira, que vai reduzir suas taxas de juros a partir da próxima semana (9) para o crédito comercial para pessoas físicas e empresas. Segundo a instituição, essa é a terceira redução nos juros neste ano e abrangerá 20 linhas de crédito.

Para o cheque especial pessoa física, o valor máximo caiu de 7,35% para 6,89% ao mês. Para o Construcard, a taxa recuou de 1,69% para 1,59% ao mês. No caso da compra de veículos, ainda para pessoas físicas, a taxa mínima passou de 1,34% para 1,31% ao mês e a máxima de 2,99% para 2,18% ao mês. Para o crédito consignado a aposentados e pensionistas, a taxa recuou de 2,35% para 2,07% ao mês.  Já para as empresas, a taxa máxima da linha de capital de giro recuou de 3,86% para 3,48% ao mês. Para financiamento de máquinas e equipamentos, a taxa mínima passou de 1,21% para 1,18% ao mês e a máxima de 4,09% para 2,99% ao mês. Na linha para antecipação de recebíveis, a taxa de juros mínima recuou de 1,69% para 1,26% ao mês e a máxima de 1,89% para 1,61% ao mês.

Segundo o banco, a redução dos custos operacionais e o menor custo médio de captação de recursos no mercado foram direcionados para beneficiar os clientes da instituição financeira. O banco informou que trabalha com a meta de ampliar a carteira de crédito em 30% em 2009.

 

Inflação sobe 0,48% em janeiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, nesta sexta-feira (6), que em janeiro, a inflação oficial medida pelo  índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48%, 0,20 ponto percentual a mais do que a taxa registrada no mês de dezembro (0,28%). Em janeiro de 2008, a taxa havia sido 0,54%. O avanço acontece depois de dois meses de desaceleração do índice, que vinha perdendo força em novembro e dezembro.

 

Mesmo com PAC, Lula investe o mesmo que FHC

Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em 2007 e que recebeu mais R$142 bilhões só até 2010 em obras novas, não chega a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) apesar dos esforços do presidente Lula para com o mais importante projeto de seu governo. Em 2008, foi alcançado o percentual de 0,97%, que é o maior número do governo Lula. Mas ele ainda está abaixo do melhor patamar dos últimos dez anos (1,12% de 2001), no governo Fernando Henrique Cardoso. Este patamar, porém, recuou em 2002 a 0,69% do PIB. Considerando os gastos do Orçamento da União e das estatais, os investimentos públicos totais passaram de 2,29% do PIB em 1998 para 2,80% em 2008.

 

Ministério licitará quatro usinas nucleares

O Ministério das Minas e Energia informou, nesta sexta-feira (6), que está mantido o plano de realizar leilões em junho para licitar a construção de usinas nucleares. Segundo a pasta, os planos iniciais preveem duas unidades na região Nordeste e duas na Sudeste. Até o momento, apenas o estado da Bahia se candidatou para receber uma das instalações nucleares. O anúncio foi feito em uma sessão em Brasília para discutir o PDE (Plano Decenal de Energia), que reúne metas de investimento para a expansão do setor nos próximos anos. Estão inclusos no plano desde trabalhos para a extração de petróleo do pré-sal a leilões para usinas termelétricas, entre outros projetos, em busca da diversificação da captação de energia.

 

STJ suspende ajuda de custo aos procuradores da Fazenda

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, suspendeu nesta sexta-feira (6) uma decisão judicial obtida pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) que assegurava o direito de recebimento de ajuda de custos e transporte aos procuradores removidos.  Em sua decisão, o ministro Asfor Rocha considerou os argumentos da União, que citou no processo que o impacto financeiro provocado pela liminar representaria uma “grave lesão à economia pública”. Segundo os cálculos da União, o pagamento da ajuda de custo e transportes custaria R$ 35 milhões aos cofres públicos. No processo, a União sustentou que “nenhum procurador da Fazenda Nacional é obrigado a se transferir para atender ao interesse do serviço por meio dos concursos de remoção respectivos, sendo o preenchimento das vagas oferecidas em tais concursos verdadeiro direito dos mencionados servidores, outorgado com base em critérios de antiguidade e classificação no concurso de ingresso na carreira.”