Passados os primeiros dias de vigência do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o setor automobilístico começou a registrar queda no movimento nas concessionárias e consumidores mais reticentes em relação a financiar automóveis. O ritmo do licenciamento de veículos ainda não caiu, mas os executivos da indústria começam a diminuir a expectativa de vendas no mês. Isolada, a elevação do IOF de 1,5% para 3,0% ao ano, não seria capaz de afastar o comprador, segundo avaliações do setor. O acúmulo das medidas adotadas pela Fazenda para tentar controlar a inflação, porém, começou a mexer com o mercado. Até aqui, os resultados das vendas mostravam que a demanda se mantinha porque o valor da prestação continuava cabendo no orçamento do consumidor. O quadro hoje é outro. A prestação de um carro de R$ 30 mil reais financiado em 60 meses, sem entrada, ficou em R$ 888 depois do aumento do IOF. Isso representa um acréscimo de 14,3% em relação à parcela mensal de R$ 777 de um veículo igual que foi financiado em dezembro. "Começamos a perceber um desinteresse do consumidor", afirma Marcos Leite, gerente de vendas da Amazon, concessionária Volkswagen em São Paulo.