Depois de um refresco no bolso do consumidor nos últimos quatro meses, a carne de boi, conhecida vilã dos preços no ano passado, volta a pressionar os custos dos frigoríficos e bate às portas do varejo às vésperas da chegada para valer da estação que seca o pasto e encarece as despesas nas fazendas. Os frigoríficos pagaram esta semana R$ 90 a R$ 91 pela arroba do boi gordo, quase o mesmo valor médio de abril (R$ 95), que já havia representado um aumento de 25% sobre a cotação do mesmo mês do ano passado, de R$ 76. O aumento antes do esperado já foi sentido nos açougues e supermercados, que na guerra para não repassar reajustes para os consumidores e correr o risco de perder vendas, estão esticando a corda na negociação com os frigoríficos. Mesmo com essa resistência do varejo, os preços da carne bovina encareceram 1,18%, em média, na primeira semana de maio, portanto superando a inflação de 0,98% medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), retrato dos gastos das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos em Belo Horizonte. A alta foi observada na primeira prévia da inflação de maio, apurada pela Fundação Ipead, vinculada à UFMG, e serve de alerta ao consumidor para o comportamento dos preços na entressafra. (Estado de Minas)