O BNDES tem por política não financiar a compra de equipamentos importados, e no caso do trem-bala tudo indica que não deverá ser diferente, segundo apurou o Valor junto a fontes próximas do banco. Nesse tipo de linha de crédito, o BNDES só abre exceção para equipamentos estrangeiros com inovação tecnológica. De modo geral, a instituição tem procurado estimular a aquisição de equipamentos nacionais ou com no mínimo 65% de índice de nacionalização, como ocorre com as sondas da Petrobras para o pré-sal. Dessa forma, o BNDES pretende estimular a indústria local e a compra de equipamentos no Brasil. Em relação ao trem-bala, há uma outra razão que poderá travar o financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos fabricados no exterior: a licitação do megaprojeto vai atrair muitos investidores estrangeiros e dificilmente eles terão dificuldades em conseguir linhas de crédito de instituições e bancos de seus países para financiar a compra de equipamentos fabricados no exterior. O BNDES deve financiar entre 70% e 80% do investimento no trem-bala, com destaque para a obra civil, a parte mais pesada do empreendimento. A decisão final sobre a participação da instituição no megaprojeto e as regras que orientarão o crédito a ser colocado à disposição dos investidores deverá ser tomada nos próximos dias. (Valor Econômico)