Uma semana após a retenção, por três dias, da aposentada Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos, no aeroporto de Barajas, em Madri, Brasil e Espanha trocam queixas em relação ao tratamento dispensado no setor de imigração aos seus respectivos cidadãos. Pela segunda vez desde o episódio, o governo brasileiro pediu às autoridades espanholas que expliquem o caso de Dionísia e também apurem outras denúncias de maus tratos a brasileiros. Enquanto isso, a imprensa espanhola fala em "guerra bilateral de fronteiras" e reclama que o Brasil teria endurecido o seu controle aos espanhóis com um mês de antecedência, por meio da política de reciprocidade, exigindo dos espanhóis os mesmos documentos e requisitos cobrados dos brasileiros. Na última quarta-feira, Pablo de Soto, ativista o Movimento 15 de Maio, foi deportado no Aeroporto Tom Jobim, no Rio. Ele iniciaria esta semana um doutorado em comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi colocado de volta no avião por não ter visto de estudante. A diretora da Escola de Comunicação da instituição, Ivana Bentes, considerou o caso uma "retaliação" contra espanhóis e criticou a política de reciprocidade. (O Globo)