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Poligamia eleitoral

A presença de um candidato a presidente em palanques de dois concorrentes ao cargo de governador, já era uma demonstração de incoerência total. Imagine-se, então, fórmulas como Dilmazia em 2010 (a adesão de candidatos a deputado da oposição à candidata do PT, como aconteceu em Minas) ou a Pezécio (Aezão?), no Rio, este ano, como maneira de fazer vista grossa, quem sabe oficializar a traição à presidente que disputa a reeleição!

Mas chegar ao ponto do que está acontecendo em Salvador e Rio Grande do Norte, onde o PMDB, por meio de sua dissidência ou não, planeja subir no palanque de quatro candidatos, entre eles governistas e oposicionistas, é demais. Há pelos menos três motivos para justificar tamanho artificialismo. Primeiro é a falta de lideranças importantes, capazes de agregar seguidores; segundo, a fragilidade partidária, que tende a regionalizar os pleitos; e terceiro, a busca do poder pelo poder, tanto dos atores regionais quanto federais. A maior preocupação dos candidatos a presidente, por exemplo, é somar tempo para a propaganda eleitoral na TV, sem interessar programas ou a fidelidade, alicerces dos partidos. 

No Rio Grande do Norte, Henrique Alves, que disputa para governador, fechou acordo com mais de um adversário da presidente Dilma – PSC, PSB e PSDB, todos com candidatos próprios à Presidência. Em Salvador, o dissidente Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa, é o candidato ao Senado de uma chapa que tem PSDB e DEM, os maiores antagonistas do PT. E no Rio Grande do Sul, é possível que o PP, da base governista, alie-se ao PSDB, PROS, Solidariedade e PSC para eleger a senadora Ana Amélia ao governo do estado.