O Código Florestal mostrou o poder de fogo do PMDB no Congresso. A votação praticamente unânime do partido contra a orientação da presidente Dilma Rousseff foi um recado claro para o governo: o PMDB tem seus próprios interesses, é parceiro e não aceita ser tratado como "empregado" do Palácio do Planalto. A rebelião peemedebista já se transferiu para o Senado. Depois de derrotar o governo e o PT na Câmara, o PMDB do Senado decidiu enfrentar o Planalto e vai indicar o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para relatar o Código Florestal em duas comissões e no plenário da Casa. Ex-governador de Santa Catarina e considerado alinhado com os ruralistas, Luiz Henrique anunciou ser favorável à emenda aprovada na Câmara que concede anistia a quem desmatou áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens dos rios e encostas até 2008, contrariando posição do governo. A proposta foi apresentada pelo PMDB e apoiada pela maioria dos partidos aliados e de oposição na Câmara. Dilma considerou a emenda uma "vergonha", segundo informou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). (O Estado de S.Paulo)