Surpreendido com a decisão da presidente Dilma Rousseff de esvaziar seu poder no Congresso, o grupo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), reagiu rapidamente à substituição do senador Romero Jucá (PMDB-RR) pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) na liderança do governo no Congresso. O troco atingiu um ponto nevrálgico para o Planalto. Logo de manhã, Renan anunciou que o PMDB indicará Jucá para ser o relator do Orçamento Geral da União de 2013, na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Mas, sem demonstrar publicamente que acusaram o golpe, os senadores do grupo de Renan, além de Jucá, participaram ontem da sessão do Congresso na qual a presidente Dilma foi homenageada. O cargo de relator do Orçamento, no sistema de rodízio entre PT e PMDB na CMO, pertence agora ao partido de Jucá, pois a presidência da comissão ficou com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Além disso, o grupo mantém a articulação para fazer o sucessor de Sarney na presidência do Senado. O nome mais forte é o de Renan, agora ameaçado com os holofotes e eventual apoio do Planalto ao novo líder, Eduardo Braga (PMDB-AM), seu desafeto no partido. (O Globo)